Engenharia - Matérias, Amenidades e Curiosidades

Formação de engenheiro não atende a indústria brasileira. Especialistas apontam trabalho conjunto de universidades, empresas e governos como solução para o problema

Além de formar menos da metade dos engenheiros de que precisa a cada ano, o Brasil tem ainda de enfrentar a disparidade entre a qualificação obtida nas universidades e as necessidades das empresas que procuram um profissional. O meio de resolver o problema é o trabalho conjunto de universidades, empresas e governos.
Essa foi a conclusão do seminário Tecnologia e Inovação: Desafios na Formação de Profissionais de Engenharia para o Século XXI, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 25 de agosto, em São Paulo.
"Talvez precisemos ter uma alteração de currículo nas engenharias. A gestão de projetos, por exemplo, que nas empresas é de suma importância, não recebe a devida atenção nasuniversidades", afirmou Jorge Ramos, diretor de desenvolvimento tecnológico da fabricante de aviões Embraer. "Um engenheiro que chega à Embraer vindo da universidade tem de ser treinado por nós em gestão de projetos", revelou.
O Brasil não tem plano de qualificação dos engenheiros, definiu Paulo Luiz Coutinho, diretor de inovação da Ideom, a empresa de tecnologia da petroquímica Braskem. "A convergência tecnológica exige capacitação técnica em diversas ciências e áreas do conhecimento. O profissional precisa de formação de primeira, que não é oferecida nas universidades", disse Coutinho.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, que também participou dos debates, o aluno de graduação nas engenharias tem de vivenciar mais a realidade das empresas.
"Por que não aproximar das universidades as pequenas e médias empresas,possibilitando que os alunos tenham noções reais do dia-a-dia da indústria, conheçam seus problemas reais e colaborem na resolução deles? Serão profissionais mais completos ao se formarem", sugeriu.
Os debatedores lembraram que o Brasil forma hoje cerca de 32 mil engenheiros por ano, que correspondem a 4,2% do total de formandos nas universidades anualmente. É muito pouco perto da demanda atual do mercado, de pouco mais de 60 mil profissionais anualmente, concordaram os empresários.
Estimativa da CNI, que executa o programa Inova Engenharia, destinado a incentivar a formação de engenheiros, mostra que, em 2012, o mercado terá um déficit de 150 mil engenheiros.

Inovação

Além da dificuldade de formação dos engenheiros, os debatedores destacaram a importância desses profissionais para a inovação dentro das empresas. "O setor elétrico e eletrônico é um dos mais dinâmicos e tem nainovação um elemento central para sua competitividade. E o engenheiro é mola-propulsora desse processo", avaliou Barbato, da Abinee.
Segundo ele, a cada dia o tempo disponível para compensar o gasto no desenvolvimento dos produtos é menor. Ou seja, o produto tem de dar lucro rápido, sob pena de ficar tecnologicamente ultrapassado e, assim, não dar o retorno esperado. "Por isso, a antecipação da tendência tecnológica é a estratégia das companhias, embora nem sempre a boa inovação seja aquela que terá boa aceitação do mercado. Esse é o desafio das empresas", salientou o presidente da Abinee.
Para Jorge Ramos, da Embraer, é possível aprimorar o fomento à inovação. "Hoje há predominância de políticas horizontais, que são importantes, mas é preciso ter políticas verticais. O governo tem de escolher os setores mais competitivos e fomentar a inovação", propôs.
Na opinião de Ramos, deve-seescolher os setores em que o país tem clara vocação, usar o poder de compra do Estado, tanto para adquirir o produto como a tecnologia, e promover o adensamento das cadeias produtivas.

Indústria brasileira precisa de 60 mil engenheiros por ano

A indústria brasileira precisa de engenheiros para continuar crescendo. Com um ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 5% e 6% ao ano, a demanda do Brasil é de cerca de 60 mil engenheiros por ano. O problema é que o país forma apenas 32 mil profissionais por ano.
"É por isso que hoje a indústria primeiro contrata o engenheiro e depois pergunta o que ele sabe fazer. A disputa é acirrada", constata Paulo Afonso Ferreira, diretor-geral do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
No mundo globalizado, em que a inovação encurta cada vez mais o tempo de acesso da população aos novos produtos e serviços, o engenheiro é fundamental. O alerta é deLueny Morell, gerente de programa do Escritório de Estratégia e Inovação da Hewlett-Packard, que também participa do workshop.
Ela lembra que o automóvel demorou 55 anos para ser acessível a 25% da população norte-americana, o telefone levou 35 anos, o rádio 22 anos e o computador pessoal, 16 anos. Mais recentemente, a internet precisou de sete anos para alcançar os mesmos 25% da população daquele país. O Facebook, maior rede de relacionamento do planeta e serviço típico da economia digital, levou apenas 12 meses.
Nesse ambiente de rápida transformação, o Brasil tem de formar cada vez mais engenheiros qualificados. É uma tarefa difícil, uma vez que há apenas 400 escolas de engenharia e 2.200 cursos de graduação na área. O mais grave, no entanto, é que não há demanda para preencher a baixa oferta de vagas nos cursos de engenharia. Das 197 mil vagas anuais oferecidas, 120 mil sãoocupadas.
Somente um em cada grupo de 800 alunos do ensino fundamental inicia um curso de engenharia. Além disso, problemas como alto custo das mensalidades, falta de laboratórios e oficinas e escassez de prática, entre outros, desestimulam os estudantes e elevam a evasão. Por isso, o Brasil só forma 32 mil engenheiros por ano.
O país perde feio na comparação com os outros membros do grupo BRICs (Brasil, Rússia, índia e China). A China forma 400 mil engenheiros por ano, enquanto a Índia forma 250 mil e a Rússia, 100 mil. A Coréia do Sul é citada como paradigma para o Brasil, porque promoveu a revolução da educação voltada para a engenharia e a indústria. Hoje o país forma 80 mil engenheiros por ano.
"Não é à toa que o PIB dos países asiáticos representava menos de 20% do total mundial há 30 anos e hoje equivale a 40%. As empresas coreanas disputam mercado de igual para igual no mundo,inclusive no Brasil", aponta Luiz Scavarda, professor da PUC/Rio e membro do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea).

(Informações do Portal da CNI)



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Escoceses desenvolvem combustível a partir de resíduos de uísque
Cientistas da universidade escocesa de Napier, em Edimburgo, desenvolveram um novo biocombustível para automóveis à base da refinação dos resíduos procedentes da fabricação de uísque.
O biobutanol, que, segundo os cientistas, gera 30% mais potência que o etanol, utiliza dois produtos derivados da produção do uísque.


Ao contrário do que ocorre com o etanol, os motores dos automóveis não precisam ser alterados para utilizarem o biobutanol em vez do petróleo tradicional.
"Algumas empresas energéticas estão cultivando colheitas para gerar biocombustíveis, mas nós averiguamos os materiais de resíduo do uísque para desenvolvê-los", disse o diretor do centro de pesquisas sobre biocombustíveis da Universidade Napier, Matin Tangney.
"É uma opção mais compatível com a defesa do meio ambiente, e que aproveita uma das maiores indústrias escocesas", disse Tangney, em referência ao uísque.
O projeto de desenvolvimento do combustível foi financiado pelo Scottish Enterprise, organismo de apoio ao empresariado que conta com a ajuda do Governo escocês. EFE
O biobutanol pode ser utilizado também para fabricar outros bioquímicos ecológicos, entre eles a acetona.
Fonte: Revista Época.
 
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Os novos simuladores da Fórmula 1

Para conter custos, a categoria proibiu as equipes de testarem seus carros durante a temporada. E elas responderam à altura: mandaram seus batalhões de engenheiros desenvolver simuladores ultrarrealistas, que os pilotos podem usar à vontade - e reproduzem virtualmente todas as características do carro e das pistas de F-1. É muito mais do que qualquer videogame
O tamanho

O simulador mede 6 metros de altura por 8 metros de comprimento e pesa 200 toneladas - 330 vezes mais do que um carro de Fórmula 1. Ao todo, ocupa uma área de 180 m2 (quase o equivalente a uma quadra de vôlei).

A tela

É um conjunto de 5 telões dispostos a 180 graus, preenchendo totalmente o campo de visão do piloto. Para mapear os circuitos e reproduzi-los na tela, as equipes usam um carro equipado com câmeras e GPS, que fotografa e registra todas as coordenadas da pista.

O áudio

É baseado no ronco real do motor (cada equipe tem o seu), e também reproduz os ruídos do câmbio, dos pneus, do vento etc. O som é feroz: são 7 caixas acústicas, com 3 500 W de potência.

O cockpit
Ele é idêntico ao de um F-1 de verdade: volante, câmbio e pedais respondem da mesma forma. Os engenheiros podem programar diversas situações (carro com tanque cheio ou vazio, pista molhada etc.) e até testar virtualmente novos aerofólios - sem precisar fabricá-los.


O cérebro

Na sala de controle, ficam 10 computadores ligados em rede, com 60 gigabytes de memória RAM (30 vezes mais do que um pc). Além de fazer o simulador funcionar, eles analisam o que o piloto está fazendo - e dizem onde está acertando e errando.

A suspensão

Sob o carro, ficam 12 braços mecânicos que movimentam o cockpit em todas as direções, para reproduzir a sensação que o piloto tem ao acelerar, frear e fazer curvas.

Fonte: Revista Super Interessante

Assista ao vídeo da equipe Redbull: F1 Track Simulator - Mark Webber at Budapest

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Engenheiro cria carro movido a eletricidade e remadas
Um engenheiro americano desenvolveu um carro que funciona por movimentos que imitam remadas e pela energia elétrica. O Imagine PS (estação de energia, em inglês) chega a 100km/h em terrenos planos e a 50 km/h em subidas e permite levar até quatro pessoas.

Criado pelo engenheiro Charles Samuel Greenwood, o carro pode funcionar de três formas: movido a manivela e se mexe à medida em que o motorista dá algumas remadas; apenas no modo elétrico ou pela combinação das remadas com a eletricidade.
Greenwood disse que começou a trabalhar nesse tipo de carro híbrido em 1968 com o objetivo de acabar com a fumaça dos carros e também para fazer com que os motoristas se exercitassem na direção.
O protótipo não tem teto, mas a versão comercial com proteção será lançada no ano que vem. O modelo também terá uma tela sensível ao toque com GPS e dados biométricos, além de sistemas de comunicação e de som.
O carro deverá começar a ser vendido em 2011 por R$ 27 mil. Até agora, a empresa já recebeu 800 reservas e mais de cem encomendas.
Fonte: Revista Época